Ao longo de minha vida já duvidei do amor… já vi casais que eram felizes por muitos e muitos anos esgotarem seu amor e quebrá-lo em mútuo silêncio. Já vi padre falando coisas que não faziam o menor sentido para mim, sobre a fusão de dois em um, sobre o fim da individualidade, sobre regras divinas e tabus outros nos quais não acredito. Já vi amores incondicionais exigirem o impossível, tornarem-se em antagonistas em histórias tumultuosas.
Mas já vi também coisas muito lindas que nascem do amor. Já vi famílias pequenas que permanecem unidas ao longo de décadas, apesar dos percalços da vida. Já vi entes queridos tornarem-se parte de famílias que não eram as suas de sangue ou outros que nenhum sangue compartiam entre si mas que souberam construir verdadeiras famílias. Já vi casais que se demonstram verdadeiros companheiros um do outro, que se respeitam de maneira terna e honesta. Uns há alguns anos, outros há algumas décadas. E vi outras tantas provas de que o amor, ainda que um dia se acabe, é um das mais fortes conexões com o divino que dois ou mais seres humanos podem experimentar. E tal conexão só é possível através da atenção no presente.
No dia 15 de Julho estive na Alemanha para fotografar o casamento de um casal de amigos que conheci em Brasília há cerca de 2 anos, através da escalada. Lukas, alemão, e Etoile, francesa, ambos fluentes na língua portuguesa e muito queridos por sua “capacidade em serem crianças”, como me lembrou em sábias palavras um dos convidados da festa. Aceitei o convite e desafio de fotografar meu primeiro casamento, depois de 11 anos como fotógrafo profissional. Cometi alguns errinhos, mas aprendi um bocado, e aqui compartilho minha seleção dos melhores cliques. O penúltimo, na pista de dança, um de meus registros favoritos inclusive, salvo engano foi clicado pela Terena Castro, que me pediu a câmera um pouquinho durante a festa 😉
O amor, afinal, me parece bastante possível.