O deslocamento produz rastros. A humanidade, ao deslocar-se sobre o planeta que chama de seu, ergue monumentos ao progresso, extrai da terra, do ar e da água a energia que necessita para edificar pontes entre a natureza imaculada e a máquina irrefreável. O homem aprimora, constrói, interfere, gera movimento e, um dia, há de abandonar, esquecer como seu o que será proclamado de volta à terra que tudo consome, que tudo transforma.
Esta série resgata imagens que apresentam vestígios da presença humana, não de seu fatídico destino, mas de uma história em desencadeamento. São vestígios ainda quentes, ainda pulsantes. Sutis marcas que indicam a trilha mata adentro, metrópole que brilha na noite que já foi breu, busto de mármore que brilha na sombra de árvores, ruínas de uma civilização antiga. São rastros vivos de uma espécie cujo planeta chama de sua.