Catalunia independente. Foi este o anúncio desta última sexta-feira, uma proclamação bastante antecipada por uma parte crescente do povo catalão.
Eu, que observo de alguém ainda recém chegado, acredito ter informações o suficiente para formar uma opinião, mas me encontro ainda longe de entender as complexidades que compõem esta questão.
Saio ao Parque da Ciutadela e em seguida vou pelas ruas do Born com um olhar atento, câmera nas mãos. O que encontraría ali entre os cidadãos que acabam de separar-se da Espanha?
O que encontro são sorrisos, olhares contentes, passos que seguem seu ritmo cotidiano, como foi no dia anterior, e como será no dia seguinte. Encontrei um sol morno que aquece a atmosfera de Barcelona e uma lua que sobe cedo no céu do fim de Outubro.
Não tive que procurar muito, logo se apresentavam a mim coisas leves, aspectos daquilo que não se importa com o que se entende por uma identidade, tampouco com o que se vive em desrespeito ou em sofrimento, o que luta, briga, chora, grita e é calado.
Não é que não existam ou que não importam esses outros aspectos. É que talvez não estivesse olhando nessa direção.