Esculturas invisíveis ao olho humano, fazem-se vistas apenas à exposição prolongada da câmera.
Curioso pensar que elas nunca de fato foram percebidas em sua totalidade por uma sensibilidade que não fosse eletrônica.
Aos humanos, aos pássaros e preás que por ali transitavam, os desenhos não passavam de traços rápidos fagulhas e fumaça.
Surgem de um momento engajado, de idéias que saltam da mente inquieta, buscam ganhar forma;
manifestam-se a partir da atenção aos pés no fundo macio do lago, das varetas incandescentes que esquentam o rosto e da água que faz resistência ao passo.
Como uma pintura abstrata, trazem símbolos e mensagens subjetivos, nada é explícito.
O que naquele instante parecia volátil prontamente solidifica-se no ar.
Faíscas sobre a água esboçam um conceito, uma experiência a ser assimilada.
Resta a promessa de novas esculturas etéreas.