Em tempos que a política ganha cada vez mais espaço na vida cotidiana, polaridades acentuam-se, parcas impressões logo viram opiniões, e em mais um passo convertem-se em pretenciosas verdades, determinantes verdades, cada qual anunciada como a única via à felicidade coletiva (ou será à satisfação individual?).
Em tempos de crise institucional, reflete-se a crise do auto-conhecimento, do entendimento da espécie, da liberdade, do credo (ou da necessidade de um).
Em tempo ainda, havemos de compreender, que nada do que aí está nos representa, tampouco nós nos representamos. Falta entender o que há aqui para ser representado.
Tempos melhores virão, assim como piores também. Tempos ruins aí estão, assim como bons também.
Diante de punhos em riste e discursos acalorados, é importante lembrar-se de intenções veladas por detrás do carpete bege ou do veludo azul.
Diante da impermanência, a alma aflita encontra alento.
Em seu devido tempo, compreenderemos: tudo não passa de um ensaio, e nada o é por muito tempo.